quarta-feira, 28 de abril de 2010

Templo da Beleza ou Horror?


Na semana passada deparei com uma cena surpreendentemente preconceituosa na academia que costumo fazer atividades físicas, considerada por muitos ”O Templo da Beleza”, onde pessoas com um nível cultural e social elevado freqüentam e das quais se espera um convívio “saudável”.

Eu estava sentado em um aparelho para exercitar as pernas e ao meu lado, um homem metrossexual medindo aproximadamente 1,90, vestindo um shortinho, camiseta regata, toalha pousada no ombro com jeito fino e educado.

Prestava mais atenção em quem passava ao invés de se concentrar no treino, além de levantar a todo momento para se olhar no espelho e ter certeza que sua postura pomposa estava ok.

A cada intervalo dava uma espreguiçada e foi num desses que veio se aproximando uma garota negra, de estatura média e aparência simples para usar o mesmo aparelho que o homem narciso ocupava.

Subitamente e em tom ríspido ele chamou a atenção da garota impedindo que ela dividisse o mesmo espaço – e isso, boa parte dos frequentadores que estavam ali presenciaram. Eu me espantei com a situação vendo-a com os olhos arregalados, pois não esperava uma atitude tão preconceituosa e estúpida num ambiente onde todos vão em busca do mesmo propósito.

A atitude chocante morreu ali, pois a garota não quis criar caso e rapidamente escolheu outro aparelho. Minutos depois já fazendo outro exercício me senti impressionado com o ocorrido, ouvindo também outras pessoas comentando de forma discreta a grosseria daquele “pobre” ser humano.

Mas o desfecho é: ninguém fez nada e o templo da beleza exterior segue intacto e com os músculos fortes e seu rosto seco sem suor.

Eu horas depois continuei incomodado pensando, quando será que as pessoas freqüentarão a academia do bom senso e respeito ao próximo?

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